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Mulheres que inspiram: histórias de mulheres da FVC

Mulheres que inspiram: histórias de mulheres da FVC

O Dia Internacional da Mulher é um memorial à trajetória de lutas e conquistas femininas ao longo da História. E essa História, com ‘H’ maiúsculo, só existe por causa das várias lutas e conquistas de cada uma das histórias de vida que a compõem, protagonizadas pela força, inteligência e garra de mulheres do mundo todo.

Por isso, hoje, a FVC gostaria de compartilhar com você duas das histórias de mulheres inspiradoras que nos orgulhamos de poder dizer que fazem parte do nosso time. Confira.

ROGERINE ALVES

Me chamo Rogerine Alves Lima, 36 anos, sou advogada, inscrita na OAB/PA 30.410-A. Sou casada, tenho uma filha de 13 anos de idade, nasci na Cidade de Pindaré Mirim/MA. Sou a primogênita de 11 irmãos.

Cresci na Zona Rural de Pindaré-Mirim, povoado Bambu. Sobrevivíamos da lavoura e da pesca. Aos 9 anos de idade, cursei a 4ª série do ensino fundamental. Após a conclusão, veio o sentimento de “fim da linha”, pois, no povoado onde eu morava, essa era a última série. As pessoas que queriam dar continuidade aos estudos teriam que ir para a cidade.

Apesar da pouca idade na época, eu sabia que a única maneira de deixar a roça seria através dos estudos, mas também sabia da dificuldade que enfrentaria. Meus pais sempre me apoiaram, então, aos 10 anos de idade fui morar na Cidade de Santa Inês, com uma prima do meu avô paterno.

No início foi tudo muito difícil, sentia saudades dos meus pais e dos meus irmãos, mas Deus me fortaleceu e continuei firme.

Quando completei 15 anos de idade, saí da casa da minha tia e fui morar na casa de conhecidos dos meus pais. Cuidava dos afazeres domésticos em troca de moradia e alimentação.

Conclui o ensino médio, que já foi uma grande vitória para minha família. Meus pais se orgulhavam e diziam: “minha filha terminou os estudos”. Mal sabiam que estava apenas começando. Agora viria o mercado de trabalho.

Passei por algumas lojas como atendente e vendedora, trabalhei como professora do Programa EJA, foi quando percebi que estava me acomodando com aquela renda, deixando a necessidade à frente dos meus sonhos.

Tomei a decisão e deixei o emprego. Fui para a cidade de Imperatriz/MA, acreditando que lá teria mais oportunidade. Lá morei um ano com minha tia (prima da minha mãe), uma mulher incrível. Apesar da condição financeira, me auxiliou em tudo que pôde. Me inscrevi em um cursinho para ganhar uma bolsa de estudos e fui aprovada. Minha rotina era biblioteca durante o dia e cursinho a noite, almoçava no restaurante popular, pagava R$ 1,00 (um real), pela refeição.

Me inscrevi no Prouni em 2006, ganhei uma bolsa integral na Faculdade Arthur Tomas, em Londrina no Paraná.

Mas, onde ficava Londrina no Paraná mesmo? Tive que olhar no mapa.

Em Londrina cursei 01 semestre do curso de Direito, após 02 meses meu noivo se mudou para Londrina também (morávamos em povoados diferentes, nos conhecemos da vida toda).

Solicitei transferência para cidade de São Paulo. Fiz o curso de Direito na Universidade São Francisco. Minha filha nasceu em 2007. Com muito esforço e força de vontade concluí a faculdade de Direito tão sonhada, passei na prova da OAB em São Paulo, retornei ao Maranhão em 2016, trabalhei em duas prefeituras, pedi exoneração do cargo comissionado de procuradora do município para não me corromper.

Em 2019, viemos para a Cidade de Parauapebas, montei meu escritório de advocacia. Importante dizer que eu sempre tive força dada por Deus, apoio dos meus pais, e encorajamento do meu esposo.

Agora com mais tranquilidade e com uma condição financeira melhor, estou realizando meu segundo sonho que é cursar Psicologia e estou na melhor faculdade da cidade. Espero em Deus que eu consiga concluir o curso e me torne uma ótima profissional.

DIELRECI CARDOSO

Dielreci Cardoso Da Silva, acadêmica do 3º período do curso de Psicologia da Faculdade Vale dos Carajás.

Jovem, de família humilde e criada pela mãe solteira, Dielreci nunca teve uma “vida fácil”, mas também nunca se entregou às dificuldades que enfrentava. Aos 18 anos, Dielreci resolveu deixar a casa de sua mãe, na zona rural, para ir morar sozinha na cidade, em busca de melhores oportunidades de trabalho e estudo.

Sempre teve o sonho de ser independente e bem sucedida para proporcionar qualidade de vida para a mãe e seus irmãos. Sua aptidão pelos estudos a fez ir além. Nunca mediu esforços para conquistar o que sonhava.

Já trabalhou como doméstica, vendedora, foi jovem aprendiz, recepcionista… trabalho nunca foi motivo de vergonha.

Aos 20 anos, conseguiu uma melhor oportunidade de emprego, que aos 21 lhe permitiu ingressar na tão sonhada faculdade. Hoje, com apenas 22 anos, ela trabalha, estuda, é responsável por sua casa e ainda é microempreendedora com revenda de jóias. Além dessa intensa rotina, todos os dias enfrenta uma viagem de 1h para buscar o sonho da sua vida: se tornar uma Psicóloga de sucesso.

A aluna ressalta: “Fácil não é, mas é imensamente gratificante. Todos os dias quando me sinto cansada, ou penso em desistir me lembro do quão fui e sou forte, de todas as dificuldades que já superei e costumo repetir a mim mesma uma frase que hoje deixo a todas as mulheres:”

“São nas dificuldades que descobrimos a nossa força e que sempre podemos ir muito além do que imaginamos”.

Trajetórias como as de Rogerine e de Dielreci são algumas daquelas histórias que são capazes de mudar a nossa História.

Que, neste Dia Internacional da Mulher, você possa se inspirar em histórias como essa e se lembrar que a conquista do seu sonho também pode ser uma contribuição para um mundo melhor, com uma presença feminina mais forte e consistente em todos os âmbitos da sociedade.